Bom, eu prometi que esse seria um blog que falaria sobre criação por apego, mais conhecido pelo seu nome em inglês, attachment parenting...Apesar de muito criticada por gente mal esclarecida, a educação libertária e baseada em amor incondicional que oferece a criação por apego completou as lacunas que faltavam sobre como educar um filho. Infelizmente apesar de todos os esforços eu nao pude oferecer um parto natural para a khadija, que pena, mas todo o resto que eu puder fazer para que ela seja saudável e feliz eu farei. Eu nao tenho o menor medo de transformá-la numa criança mimada por ser amada demais, porque amor é a única coisa nesse mundo que NUNCA faz mal. Como ainda estou esquentando os motores, vou postar o texto de um blog que eu gosto muito, e que é muito esclarecedor sobre o assunto. Espero em breve tornar-me corajosa o suficiente para escrever meus próprios relatos. Por hora só tenho a dizer que não me arrependo da minha decisão. Amamento a Khadija em livre demanda ate hoje (aos dois anos de idade dela) porque pude me dar ao luxo de não trabalhar fora nesse momento da vida dela. Me ocupo em escrever minha tese de doutorado e criar modelos para a minha coleção de roupas, mas faço isso com ela brincando pertinho de mim. Isso é um privilégio que tive na vida e do qual nenhuma mãe, em condições, deveria abrir mão de ter. Admiro as mulheres que trabalham e criam seus filhos. São verdadeiras heroínas e merecem nosso mais profundo respeito, mas seria muito bom que em todo esse processo de amadurecimento da importância da condição feminina na sociedade não excluísse a maternidade como fator de empoderamento feminino e social. Famílias saudáveis geram sociedades saudáveis. Amamentar, parir naturalmente, ter tempo para brincar com seus filhos e outras ações dessa natureza deveriam estar na pauta de todo movimento feminista sério. Ser mãe não é ser menos mulher. Queremos superar a condição de mãezinhas, nesse diminutivo bobinho e pernicioso porque temos consciência do poder transformativo que a maternidade possui. Hoje em dia cada vez mais vemos as pessoas transferindo essa responsabilidade para babás, escolas, religiões. Gente! Essa deveria ser uma atividade intransferível. Considero uma bênção aquelas que podem contar com babás, escolas, família, amigos e grupos espirituais para ajudá-las no processo de educar um ser, mas isso não pode ser confundido com transferência. Essa responsabilidade é pessoal dos pais! E pra mim esse ponto é inegociável. Além de amamentar a Khadija eu também pratico a cama compartilhada, e foi uma das melhores coisas que fiz na vida. Praticamente nunca usei carrinho de bebê, o sling salvou minha vida assim que o corte da minha cesárea melhorou (ele nunca cicatrizou...nao façam cesárea!). Eu leio com a Khadija, tomo banho com ela, rolo com ela pelo chão, dormimos agarradas nós duas e nossos gatinhos (não, o convívio com a bebê e os gatos nunca apresentou nenhum tipo de problema. Às vezes ela puxa o rabo deles e eles em troca dão uma tímida mordidinha na mãozinha dela e eles seguem felizes como em qualquer relação normal de amizade). Quando o pai está livre faz tudo isso com a gente. Entramos na banheira com patinhos e barquinhos e brincamos na água. Assistimos juntos um milhão de vezes a todos os Top filmes infantis dos últimos anos, e também cocoricó, castelo ratimbun e Turma da Mônica. Nunca nego colo e faço de tudo para que ela não precise chorar. As pessoas me dizem..mas voce nao vai poder evitar isso por toda vida.
É verdade! Mas se voce tivesse o poder de evitar as lágrimas e o sofrimento do seu filho, voce não o faria? Pois então enquanto eu puder eu as evitarei...
Isso não quer dizer que não digo não, nem que não oriento ou educo. Claro que ensino valores, que dou asas à imaginação dela e que de vez em quando ela leva bronca. A diferença é que não sou uma tirana. Procuro fazer tudo sob o manto do amor, sem raiva, sem orgulho ou sentimento de superioridade.. Você pode se surpreender com o quanto um bebê tem pra te ensinar nessa vida!
Tem dias que estou exausta. Antes que você me perguntasse eu já respondi! Eu tenho sono, meu corpo às vezes dói e eu fico sonhando com as areias de Santos sob os meus pés..(ter filho no exílio é muito mais difícil, acredite) mas nada me dá mais orgulho do que ser mãe.
Bom, aqui eu expressei visceralmente algumas das minhas crenças que surgiram de forma absolutamente empirica na minha vida. Mais tarde descobri que havia ciência nos meus sentimentos e que muitos estudiosos pensavam como eu. O site http://www.cientistaqueviroumae.com.br/ é um dos que trata desse assunto com muita seriedade e por isso compartilho esse material logo aqui na saideira...bjs
A criação com apego e a neurociência
O que determina as características de personalidade de uma pessoa e, consequentemente, de um grupo social? O que determina que uma pessoa se torne deprimida, ansiosa, paranóica ou que desenvolva outro transtorno emocional?
A constituição genética? O ambiente? As vivências ao longo da vida? O suporte emocional que recebe? O grau de afeto recebido na infância? Coisas que ainda não sabemos e que a ciência ainda não explica? Sim, tudo isso.
Qual desses fatores tem maior ou menor peso nessa misteriosa e inexata matemática?
Taí uma pergunta para a qual não se tem uma clara resposta.
Como saber, então, de onde vêm essas mazelas? Não sabemos ao certo, de forma que não podemos controlá-las. Mas se sabemos que determinadas práticas, situações e experiências contribuem decisivamente para que elas não apareçam, então passamos a nos apoderar desse conhecimento na tentativa de evitar o sofrimento. Não é garantia de que iremos conseguir, mas estaremos assumindo a parte que nos cabe nesse vasto e complexo latifúndio.
Não temos como controlar quais genes vamos passar - ou já passamos - para nossos filhos. Não sabemos, em termos de constituição biológica, quem são ou o que há dentro deles, qual o gatilho que está pronto para ser acionado - de bom ou de nem tão bom assim.
Mas podemos, pelo menos em parte, no dia-a-dia, dentro de casa, nas experiências cotidianas da família, selecionar ambientes e experiências aos quais queremos expô-los ou não.


O termo attachment parenting foi utilizado pela primeira vez por um médico, William Sears, com base na teoria do apego, que leva em consideração o fato de que a criança, durante sua infância, tende a criar um vínculo emocional bastante forte com seus cuidadores que gera consequências durante toda sua vida. A criança busca proximidade com o outro e quer se sentir segura quando ele está presente. Suas ideias e práticas subentendem que os pais ou cuidadores estejam emocionalmente disponíveis de forma a promover o desenvolvimento sócio-emocional da criança de maneira segura e amorosa e a evitar que a criança desenvolva o que se chama de apego inseguro, aquele que é baseado no abandono, no apegar-se porque não se teve.
Em 1951, o psicólogo, psiquiatra e analista John Bowlby sugeriu que a privação materna durante a infância poderia levar ao desenvolvimento de adultos deprimidos ou hostis ou, ainda, com problemas para se relacionar de maneira saudável com outras pessoas. Isso na década de 50, quando muito pouco ainda se sabia sobre como o cérebro processava a depressão, a ansiedade e outros transtornos afetivos.
Com o andar da carruagem, alguns pesquisadores, na década de 70, começaram a divulgar resultados de pesquisas comportamentais com primatas, mostrando que o rompimento da ligação entre mãe e filhote levava a comportamentos violentos e agressivos no primata adulto. Mas, afinal de contas, isso era apenas um estudo experimental e as pessoas tendem a repelir o que não é feito em humano, ainda que toda a nossa psicologia comportamental, neuropsiquiatria e neurobiologia tenha sido construída sobre observações comportamentais de animais e extrapolações biológicas.

- preparar-se verdadeiramente para a gravidez, parto e maternidade/paternidade
- alimentar seu filho com amor e respeito
- responder às solicitações da criança com sensibilidade
- estar atento à qualidade do toque
- prezar pela qualidade física e emocional do sono da criança de forma que ela se sinta segura dormindo
- sustentar atitudes carinhosas
- praticar a disciplina positiva, baseada no reforço das boas atitudes
- buscar o equilíbrio na vida familiar
Embora outras práticas tenham sido associadas, atualmente, à criação com apego - como o parto natural, o parto domiciliar, a cama compartilhada, a amamentação prolongada, a desescolarização, a vida comunitária, entre outras - não existem regras, nem normas, nem padrões rígidos. Não há ditadura, ao contrário do que dizem os que não querem nem saber do que se trata. Há liberdade de escolha por práticas que tenham a ver com a cultura familiar e que, ainda assim, promovam o apego seguro entre pais e crianças.
Isso não é papo de gente bicho-grilo, alternativa, natureba ou seja lá o apelidinho de cunho pejorativo que você, por puro preconceito ou desconhecimento, queira dar.
Isso é coisa de gente muito esclarecida, principalmente do ponto de vista emocional. De gente que quer olhar para além de seu próprio umbigo e que se importa com a qualidade das pessoas que estamos deixando no mundo, com a qualidade da saúde emocional de seus filhos e da qualidade de vida que eles terão lá adiante. De gente que, a despeito das diferenças, comunga em um ponto fundamental: vê na criança algo além de um pequeno corpo, vê uma vida a se realizar, uma infinita possibilidade de amor e de crescimento, vê um mundo em seu constante vir-a-ser.
Não existem regras a serem seguidas, nem dogmas, não é uma religião. Basta apenas saber que a qualidade do afeto que as crianças recebem tem, sim, totalmente a ver com quem ela vai se tornar no futuro. E ao contrário do que existia na década de 50, hoje a ciência de ponta já tem condições de mostrar onde e como as mudanças acontecem nos indivíduos criados com amor.

Já faz tempo que a ciência mostrou que a modificação de um comportamento muda, também, o cérebro do indivíduo, causando, consequentemente, uma nova modificação do comportamento. É nisso que se baseia, por exemplo, a psicoterapia cognitiva-comportamental. A mudança de comportamento altera a estrutura cerebral e essa alteração muda seu comportamento. Um círculo sem fim.
Sabendo disso, é fácil compreender, então, que a forma como se trata uma criança altera seu cérebro. E que esse cérebro, assim alterado, promoverá comportamentos relacionados.
Quando você cria com apego seguro, você está moldando um cérebro para que ele possa atuar com toda sua potencialidade, sem amarras, sem más resoluções, sem entraves.

Ou, se quiser, pode remodelar você mesmo seu próprio cérebro e mudar o seu comportamento, abrindo um pouco a sua mente, deixando de lado a discriminação e o preconceito baseados no senso comum, nas lendinhas urbanas e nas histórias da carochinha, para aceitar que não há nada melhor do que criar uma criança com amor, sem ressalvas, sem poréns, sem medo, deixando o instinto falar e o apego rolar solto.
Num mundo onde o apego material tem sido reforçado e incentivado, prefira o apego emocional seguro, fruto da abundância.
Não da falta.
...isso mesmo...é...muita gente acha q filho criar filho é como criar gado...joga no mato(mundo) e deixa engordar (se fu...)...depois curte...
ResponderExcluirLindo Fabi curta mesmo enquanto vc pode eu tbm sempre pensei assim, se eu posso tirar as pedras do caminho dos meus filhos tiro mesmo,assim tenho certesa q nunca irão cair,pelo menos enquanto precisarem, de mim, vc e um modelo de mãe, q muitas mulheres deveriam ser,te admiro muito minha querida,q vc seja feliz por toda sua vida, do meu amado sobrinho do coração Fabio e da pequenina Kadhija se errei o nome n/ importa eu a amo muitobjusssss
ResponderExcluirE não é que criei meus filhotes assim, sem nem saber da teoria???
ResponderExcluirBeijoooo!